sábado, 24 de setembro de 2011

Estereotipias, resultado da retirada dos animais da sua natural rotina!

Antes de sua domesticação, os eqüinos possuíam um meio de vida ao qual eram perfeitamente adaptados. Eles gozavam de liberdade e grandes territórios, tinham acesso a extensas pastagens, e um modo de interação social particular com a formação da hierarquia.
            O homem mudou totalmente o modo de vida desses animais, trazendo por conseqüência, algumas reações comportamentais às vezes irreversíveis. Esses comportamentos anormais são denominados estereotipias, são movimentos invariáveis e repetitivos, sem função, considerados potenciais indicadores de desordem fisiológicas com conseqüência do bem estar do eqüino.
            Fica claro que os comportamentos repetitivos como andar na cocheira, trocar o peso de um membro para o outro, engolir ar (aerofagia), morder o cocho (aerofagia com apoio), balançar a cabeça, etc. São exemplos de movimentos repetitivos com pequena variação de forma.
            Roer madeira: Tédio, deficiência de minerais, pouco verde, utilização do volumoso peletizado como único tipo de volumoso e stress, são causas comuns desse distúrbio, contudo, alguns cavalos gostam de roer madeira, no sentido de satisfazer suas necessidades alimentares.
            Aerofagia: Cerca de 5% dos eqüinos apresentam este problema, variando de acordo com a raça e manejo. Este problema não é encontrado em animais tratados somente a campo ou selvagens, assim verificando q morder o cocho é exclusivo de animais confinados. É um comportamento onde o animal move os lábios (podendo mover os lábios ou morder um objeto), flexiona e arqueia o pescoço puxando o ar, engolindo e grunhindo ao mesmo tempo. Alguns cavalos mordem superfícies outros se apóiam a objetos na horizontal.      
 Coprofagia: (ato de comer fezes) é também um vício encontrado nos eqüinos estabulados. Os potros de duas a cinco semanas de idade podem apresentar este comportamento devido ao desenvolvimento do processo de seleção alimentar, para estabelecimento de sua flora bacteriana e suplementação de vitaminas do complexo B. Porém, esta atitude é preocupante quando ocorre em animais adultos, pois pode causar infestações parasitárias, transmissão de doenças e cólicas. Dietas deficientes em proteínas (com menos de 10%) e com pouca quantidade de alimentos volumosos podem também causar a coprofagia. O feno fornecido aos potros a partir do segundo mês de vida, ou no início da estabulação, quando iniciam a ingestão do mesmo, deve ser de boa qualidade e em quantidade adequada, pois, caso contrário, os animais podem ingerir material da cama da baia, adquirindo o vício da coprofagia. O fornecimento de boa qualidade e correta quantidade de alimentos, principalmente de volumosos não peletizados, divididos em varias porções diárias, pode evitar ou eliminar esta alteração de comportamento, pois os animais passarão a maior parte do tempo se alimentando.
            Sacudir cabeça: é um comportamento natural para defender-se contra insetos irritantes. Entretanto, pode se tornar um vício quando manifestado durante a colocação de cabresto ou cabeçada, ou surge repetidamente durante um trabalho. O sacudir vertical da cabeça é um movimento geralmente executado enquanto sozinho na cocheira, num estado de sonolência. Ambos os problemas podem ser causados por afecções de ouvido ou da área nasal 
Bater o pé: ou arranhar repetido com os anteriores leva a desgaste desigual das ferraduras ou dos cascos, bem como o desnivelamento do piso da cocheira. Este hábito se manifesta em: animais confinados, durante a antecipação da alimentação dou de outra atividade, durante viagens em reboque ou caminhão. Casos extremos podem ser prevenidos pela colocação de maneias, o que, no entanto é um recurso que deve ser empregado por pessoas experientes, para evitar acidentes.
            Agressividade: um dos problemas de comportamento mais freqüente nos eqüinos. Sua grande importância se deve aos riscos de causar danos ao homem e a outros animais. As agressões ao homem podem ser resultado do medo ou da resistência, demonstrada através do sentimento de dominância sobre as pessoas. O cavalo estabulado, não tendo oportunidade de fugir, quando sente algum medo, age como agiria o cavalo selvagem em grandes áreas, isso é, para sua autodefesa, torna-se agressor. Os eqüinos podem sofrer também de claustrofobia natural, pois, como são uma espécie que tem o meio ambiente natural composto por grandes áreas, quando presos em baías podem se tornar agressivos ao sentirem pânico. Alguns animais são agressivos somente em certas situações, como quando estão comendo, durante o estro (cio), no manuseio da cabeça ou membros, na baia ou quando são capturados no pasto. A agressão pode ocorrer com pessoas ou com animais, porém a agressividade entre eqüinos é normalmente resultado da disputa de dominância, que determina qual animal será o primeiro a ter acesso ao alimento ou qual irá guiar o rebanho. Para que seja possível o controle da agressividade faz-se necessário que seja diagnosticada a causa do comportamento e o tipo de agressão. A punição às vezes pode ser utilizada nos primeiros momentos após atitude incorreta. Porém, não se deve exceder, pois se mal aplicada, leva ao aumento da agressividade. Por outro lado, as recompensas são de muita eficácia, principalmente em casos mais leves de agressão, ou quando alternadas com uma leve punição. A melhor recompensa para o eqüino é o alimento. Para animais mais agressivos, um tratamento mais drástico pode ser aplicado, colocando-os em baías escuras, sem alimento. O animal passa a receber luz e alimento das mãos de uma única pessoa, aumentando a oferta de luz e alimento na medida em que for se acalmando. A presença de outro eqüino durante o tratamento pode ajudar.

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Em todas as suas formas, a estereotipia, na maioria das vezes é resultado do confinamento excessivo, pois o cavalo por sua natureza é livre e precisa de ao menos um pouco de liberdade diária para se cavalo de verdade, o mais indicado para animais de total confinamento é que seja solto em um potreiro para que sua natureza se manifeste.    


















sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Memoria dos cavalos, crie um vinculo com ele e sempre terá um amigo!

Segundo uma pesquisa da Universidade da Bretanha-França, a memória dos cavalos assim como o seu entendimento da fala, vai muito alem do que imaginamos. O estudo mostra que os cavalos podem ser mais leias até que amigos de longa data. Desde que bem tratados é claro.
            Analisando vinte Anglo-Árabes e três Franceses. Os cientistas testarão o quão os cavalos lembravam-se do treinador e das instruções que aviam sido passadas, depois de oito meses longe dos animais.
            Foi confirmado que eles lembram tanto do treinador como do treino, por dez anos no mínimo. A pesquisa  mostra que os cavalos são leais, inteligentes e de memória longa. Mas cuidado, a memória também vale para as mas lembranças. Segundo o pesquisador Shankey líder da pesquisa, os cavalos mantêm uniões de longo tempo com vários membros de seu grupo, podendo também trabalham reciprocamente com membros de outro grupo para formar suas manadas. As relações dos cavalos são duradouras podendo ser para vida toda.

“Cavalo deus botou no mundo para ser amigo de um amigo seu
Não fala, mas entende tudo quando o dono chega para conversar
No gesto de quem agradece às vezes relincha de satisfação
Parece refletir nos olhos o que vai no fundo do seu coração...”

            Os resultados afirmam que os eqüinos não são diferentes dos humanos nas respostas a estímulos e reforços positivos. “Se comportam, aprendem e memorizam melhor quando o aprendizado for uma situação for positiva, criativa, desafiadora, não entediante e acima de tudo não agressiva.” Afirma Shankey.


            Diferente dos cães, os cavalos respondem melhor a estímulos táteis do que aos verbais, já que a sensibilidade deles é fina, respondem a uma simples pressão de panturrilha, roçar de calcanhares o troca de posição na sela. É importante que todas as atitudes das pessoas, enquanto estejam lidando com os cavalos, sejam feitas de maneira a criar estímulos a reações desejadas. Estes simples atos que estimulam certas reações dos animais, ficam para sempre gravados na memória dos cavalos, tornando o manejo e a convivência muito mais simples e prazerosa. Estes estímulos também podem ser feitos através de recompensas como um "carinho", "conversar" com o cavalo com a voz em tom calmo e agradável ou, ainda, um prêmio como um delicioso torrão de açúcar. Estas atitudes visam fixar na memória do cavalo que, se ele agir de uma determinada maneira ele certamente será recompensado, tanto com carinho como com algum "presente".
            Outra coisa que realmente chama a atenção para a boa memória dos cavalos é o Imprinting: abordagem na primeira hora de vida do potro, massageando em todas as áreas que o homem ira manipular quando ele for adulto, ele é acariciado e por fim sopra-se levemente em suas narinas para que guarde o cheiro e associe com algo bom que teve após seu nascimento.    

 Há dois objetivos com a técnica do Imprinting: treinar o cavalo a não ter medo ou resistência a procedimentos veterinários, ferreiros ou treinamento; e estabelecer uma dominância humana na vida do jovem potro, levando-o a um cavalo adulto mais treinável e confiante. É preciso alertar, entretanto, que a técnica precisa ser executada sempre por mãos experientes e norteada belo bom senso, pois a ocorrência de resultados negativos -- como em todo o treinamento mal realizado -- é latente. Ainda mais tratando-se de animais jovens, ao que pode resultar em um trabalho esplêndido ou desastroso.
Lembrem-se como os amigos humanos, os equinos poder quardar magoas tratem bem os cavalos e tenham bons amigos!
Abraço Flávio Araújo