Síndrome da
Rabdomiólise Equina -SRE- .
Doença que acomete um número significativo de animais,
contudo pouco conhecida e com grande
discordância no tratamento e métodos preventivos.
A rabdomiolise afeta os músculos
dos eqüinos, tanto esqueléticos quanto cardíacos. O tecido muscular é
constituído por células alongadas, que contém grande quantidade de filamento
citoplasmático de proteínas contrateis ( que geram a força de contração para o
movimento) utilizando ATP (adenosina trifosfato). A célula muscular esquelética
é adaptada para a produção de trabalho intenso e descontinuo, necessitando de
compostos ricos em glicose .
Quando
o músculo exerce uma atividade intensa pode haver uma insuficiência de oxigênio,
fazendo que o organismo recorra a glicolise, produzindo assim acido lático que
causa câimbras com intensa dor muscular.
Essa enfermidade também é conhecida como Azotúria,
Doença Da Segunda-Feira ou Tying-Up, e ocorre sempre após um exercício físico
prolongado, devido ao esgotamento energético das células. Acomete animais de
qualquer raça, sexo ou idade, no entanto, é mais freqüente em éguas com mais de
15 anos de idade. Há varias teorias sobre a pré disposição da SRE, incluindo
excesso de carboidratos, hipóxia local (baixo teor de O₂), deficiência de
vitamina E ou Selênio, distúrbios metabólicos ou hormonais e etiologia viral.
Atualmente
a teoria mais aceita é que o glicogênio é armazenado no músculo para ser
utilizado durante o exercício. Se o glicogênio for quebrado mais rápido que a
quantidade de oxigênio disponível para sua utilização completa, ele será convertido em acido
lático.
Alguns animais que sofrem dessa síndrome, quando não estão
em crise, podem participar e ter bons resultados em atividades físicas. Nos casos em que são produzidas grandes
quantidades presentes no músculo, ocorre o aumento até que acido lático torne-se irritante para o tecido, provocando
vasoespasmos, que diminuem a circulação para o músculo reduzindo assim a remoção
de acido lático e o transporte de oxigênio no músculo. A diminuição de
oxigênio disponível aumenta a produção de acido lático. Deste
modo, ocorre um ciclo que resulta num nível tão alto de acido lático que causa
um dano a membrana celular. As enzimas
Creatina-Kinase (CK) e aspartato-amino-transferase (AST), e as concentrações de
fósforo e de mioglobinano sangue podem se elevar devido aos danos musculares,
resultante então de uma hipóxia.
Dentre
os fatores que desencadeiam o mais importante da síndrome da rabdomiolise
usualmente é o exercício nos equinos, porem outros fatores podem ser
considerados, como temperamento, manejo, nutrição, clima, época do ano,
enfermidades concomitantes, entre outros. Recomenda se que animais que já
tiveram SRE, tenham uma analise laboratorial através de biopsia muscular.
Os sinais clínicos
Os sinais
clínicos associados a SRE podem variara consideravelmente, o que pode
dificultar o diagnostico. Nos casos discretos, pode ocorrer somente a rigidez após
o exercício físico. Comumente incluem
sudorese excessiva, marcha dura, fasciculações e a relutância do animal a
continuar o exercício. A sintomatologia
clinica varia de leve rigidez ou encurtamento do passo à incapacidade total de
se mover e as vezes decúbito, podendo levara morte. A urina geralmente
apresenta uma coloração avermelhada marrom, podendo ficar enegrecida, e
dependendo do grau de severidade das lesões musculares e da mioglobina eliminada
pelos rins a coloração pode chegar ao tom cor de café. O diagnostico clinico é
baseado nos sintomas clínicos e no histórico, precisando ser acompanhado por diagnostico
laboratorial. Os valore de Creatina-Kinase, aspartato-amino-transferase e
Lactato-desidrogenase são indicadores do grau de lesão muscular e comumente
estão acima dos valores admitidos para os soros de animais submetidos exercícios
forçados e de alta intensidade. As concentrações plasmáticas de uréia encontram-se
elevadas quando ocorre comprometimento renal secundário a um episodio de SRE,
devendo levar em consideração que os níveis plasmáticos da uréia podem estar
significativamente elevados após exercícios mesmo em animais que não apresentam
a síndrome.
O tratamento especifico da SRE é muito difícil
de ser realizado, devido as duvidas quando ao mecanismo etiopatogenico da
doença, contudo fluidoterapia , e sedativos para tranqüilizar o animal e
reduzir as dores musculares, o repouso completo, e em caso de decúbito não deixar
que o animal permaneça mais de 1 hora na mesma posição.
A utilização
de fluidoterapia intravenosa agressiva deve ser adotada nos casos mais graves
da síndrome, especialmente se há evidencias de pigmentúria. Esta terapia vai
tratar da desidratação e auxiliar na diurese e auxiliar na diurese, minimizando
a precipitação de mioglobina nos túbulos renais. Fármacos como a xilazina,
detonomida, diazepam e o demerol são preconizastes para produzir efeitos
sedativos e tranqüilizantes. O DMSO é indicado para o alivio da dor, lembrando
que deve ser observada a hidratação do animal, também se indica uso de vitamina
E e selênio. E como preventivo aconselho o uso de DMG (dimetilglicina) em forma
de suplemento nutricional, pois ele retarda a fadiga e diminui a produção de
lactato.